sexta-feira, 8 de julho de 2016

Foi fascinante a noite de ontem, não concorda, Maria Alice?

Nós os dois a conviver no blog do Dr. Pipoco, sob a luz de um lustre de oitenta velas, flute de champanhe na mão e a debicar canapés, a circular de comentário em comentário, a parar para ouvir uma ou outra declamação poética, vozes que se agitavam no ar como um imenso beijo espargido, estrofes perdidas aqui, versos sussurrados acolá, as sombras e os murmúrios a fundirem-se, abrigados pelos enormes cortinados que bamboleavam com a brisa que entrava pelas grandes janelas abertas, rolhas que saltavam das garrafas, a poesia a cintilar nas pupilas dilatadas, um “boa noite” para esquerda, um aceno de cabeça para a direita, acenos entre membros de uma irmandade invisível. Enfim, Maria Alice, ontem foi uma boa noite. Agora pode ir que tem muito trabalhinho para fazer, enquanto eu aproveito para me recostar um bocadinho aqui no sofá.


14 comentários:

  1. Perfeitos poemas
    Promessas plasmadas
    Precisas palavras
    Perpétuas partículas
    Partituras perfumadas.
    Penínsular promontório
    Pedaço perdido
    Prometido paraíso.
    Páro.
    Peço. Possuis-me. Perco-me.

    Foi uma noite inesquecível, Senhor Ministro. Deviamos declamar mais frequentemente, não lhe parece, Senhor Ministro.

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    1. Hoje à noite, quando me trouxer o copo de leite, eu declamo mais um pouco, Maria Alice....

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    2. Verdade?
      Vívida visão. Volta. Viçoso virás vigoroso.
      Vacilo, vencida vergo, voo vertiginosamente.
      Veremos...

      Não quer declamar já? Podia aproveitar a pausa para o almoço...



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  2. Pronto, pirou, passou-se!

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  3. Perigosa Esquerdalha8 de julho de 2016 às 14:27

    Pá, não se admite!! Que merda é esta?! Será o Doutor Pipoco sabedor da pouca-vergonha que aqui vai? Ter-se-á dado conta daquilo em que lhe transformaram a iniciativa de elevadíssimo valor não só cultural mas sobretudo humano?!
    E passei eu em claro toda uma noite calibrando microfones, afinando equalizadores e arejando a carótida, convencida de que valia a pena participar deste movimento, que supus literário e até mágico, e afinal foi já convertido em mais um grandessíssimo regabofe erótico, ali nas fímbrias da pornografia!
    Francamente daqui sai diminuída a minha fé na Humanidade.

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    1. Ahahahahahah!
      Maria Teresa Horta chora.

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    2. Ora, Perigosa Esquerdalha, recite o "somos livres", da Ermelinda Duarte, que bem sei que o romance não está nos genes das gentes de esquerda.

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    3. ... é o novo Tinder, esta coisa da poesia? Só acho mal não terem pensado nos mudos, que também têm direito ao amor.

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    4. https://www.youtube.com/watch?v=38ogzBhXH_Q

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    5. :DDDDDDDDD

      (Não sei se o mentor do movimento concorda com esta tua interpretação, Kina.)

      Mas olha, se esse vídeo é um piadola ao meu vídeo em "espanhuel" tenho a dizer-te que só tenho pena de não me ter lembrado disto. Acho que declamaria este "movimiento" com bastante seriedade e dignidade. Como se impõe, sublinhe-se.
      Tss tsss tsss, fui eu desperdiçar os meus talentos "linguísticos" a declamar Lorca na versão original quando podia ter declamado esta pérola.

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    6. :)))))))))))

      Não é nada uma piadola à tua interpretação.

      (o mentor do movimento claro que não concorda, estamos ambas a par dos mui castos e nobres desígnios que movem o Doutor Pipoco. O SM e a Licinha é que, como de costume, desvirtuaram a iniciativa do Mestre e vieram para aqui fazer estas figuras, enfim)

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    7. Ah bom. É que já estava aqui a preparar uns gargarejos de orvalho colhido por belíssimas virgens cegas surdas e mudas (como os macacos mas em belíssimas) das pétalas delicadas de uma orquídea vietnamita que só floresce em anos bissextos (menos mal, tivemos sorte com o ano) em noite de lua nova, transportadas num frasco do mais delicado cristal, feito a partir das areias do Gobi, para aclarar a voz de forma a poder declamar o Movimiento com a solenidade que lhe é devida.
      Sendo assim vou jantar.

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    8. Esquece essas merdas, pá, BAGAÇO!, isso é que é bom para aclarar a voz, Mirone, bagaço. Falando nisso... vou ali ... acabar de ler um livro.

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