O Draft entra em cada loja com os olhos brilhantes e a esperança renovada, o instinto da caça cada vez mais apurado, o narizinho adorável a farejar os cabides em busca daquela roupa especial, para sair passados uns minutos sem nada nas mãos, de ombros caídos, as orelhas murchas, derrotada. E eu, para me mostrar solidário com a sua dor, pergunto-lhe:
- Então, não gostaste de nada?
E ela responde-me laconicamente com uma expressão contristada, os olhos fechados com força, os lábios comprimidos numa linha, a cabeça num gesto de negação, como se estivesse a deixar um familiar sem esperança numa cama de hospital:
- Não, nada.
É verdadeiramente frustrante querermos muito uma peça especial e não a encontrarmos em lado nenhum senão na ideia precisa e definida que assentou arraiais na nossa mente.
ResponderEliminar(Dê-lhe uns beijos que ajuda)