Sabe, Maria Alice, esqueci-me que estávamos neste novo tempo, no
tempo do optimismo irritante, e que agora, nós, os políticos, somos pessoas
felizes, sorridentes, pessoas sempre em movimento, beijando velhinhas, abraçando simples cidadãos, tirando
retratos, pessoas preocupadas com o outro, no fundo hoje em dia devemos aparecer aos olhos dos eleitores como umas
boas almas e, Maria Alice, não nos enganemos, eu não cultivei essa imagem
artística. É por isso,
Maria Alice, que decidi que tenho de arranjar forma de surpreender as pessoas, de maneira a que estas intuam que, por de trás desta minha aparência dura e inflexível,
há um tipo de bom fundo, um indivíduo de carne e osso que também passa pelas suas coisas, um
homem um tanto atormentado, que carrega o seu próprio drama às costas. Estava a pensar inventar um desgosto de amor, ou uma merda assim.
Criar um falso desgosto de amor para colher simpatias, Senhor Ministro?
ResponderEliminarBom, eu tenho lido bastante Stanislavski e, permita-me a sugestão, penso que devíamos começar pelo amor. O Senhor Ministro tem de viver um grande amor primeiro, para depois conseguir transpor os sentimentos para a representação.
Eu sempre soube, Senhor Ministro, que havia um Elia Kazan dentro de si.
Por mim começamos já hoje a preparar o papel da sua vida, Senhor Ministro.
Qual Kazan? O chibo?
EliminarOlhe, Perigosa Esquerdalha, de facto deve ser difícil para si aceitar que determinadas pessoas sejam leais ao seu país, ao seu presidente, mas essas pessoas existem, o Senhor Ministro é uma delas.
Eliminar(Tem acompanhado o que se passa no MRPP, para nem falar noutros países? Talvez devesse, antes de se referir a outros como chibos.)
Esse país, MRPP, é aquele a que vulgarmente se chama "das maravilhas"?
EliminarMas olhe, Maria Alice, soubesse o outro que denunciar pessoas é ser leal, não se tinha enforcado, pegava nas moedas, comprava um fatinho janota e ia para ministro.
Oh! Juro que agora até fiquei comovida...Olá! Perigosa Esquerdalha INSUPORTÁVEL.
EliminarIsso só seria coerente se já o tivesse achado.
ResponderEliminarO amor, está claro!
Não faça isso, Senhor Ministro. No seu caso, é ser "O Péssima Alma" que tem graça.
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