sexta-feira, 8 de abril de 2016

Live from Porto de Santa Maria - I

Mirone, está aí? Vim num pulinho à casa de banho para lhe dizer que estou com problemas no auricular, a viagem até cá correu bem, vim sempre em terceira, a acelerar, para o motor da Sprinter dar aquele ronronar que impressiona e, com o barulho que aquilo fazia, nem conseguimos falar, o que é um ponto positivo, depois chegámos, pedi-lhe para ela sair para me ajudar a arrumar a Sprinter, que aquela merda é grande comó caraças, destroce, destroce, depois foi segurar-lhe na porta do restaurante para ela entrar, até tive de lutar com o porteiro que o sacana estava agarrado à porta que mais parecia uma lapa, sentar nos sofazinhos ali à esquerda e pedir o gin tónico romântico, com framboesas e pétalas de rosa, passar para a mesa, sempre em movimento, o que não dá para grande troca de ideias, segurar-lhe a cadeira, uma coisa que me é tão natural que quase me esquecia de referir, depois foram as torradinhas, o queijinho, o presunto, os rissóis e, com a boca cheia, já se sabe, nada de conversas, já dizia a minha tia Arnaldina Silva, Duquesa das Infraestruturas e Desenvolvimento Rural, depois veio o gajo das fotografias, que estes gajos estão sempre prontos para tirar fotos ao Ministro. Só que...

Foda-se Mirone, ela pediu peixe ao pão, aquela merda demora uma eternidade! E agora, do que falo?



11 comentários:

  1. Fónix, ó Mirone, demora muito? dá um bocado de mau aspecto estar aqui fechado na casa de banho!

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  2. Enquanto Mirone não desgruda do saco-cama, que tal falar-lhe do seu novo projeto?

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  3. Pá, o qué que está aqui a fazer? Fónix, veio com a fita métrica?

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  4. Não diga nada, Ministro. Diga-lhe que está muito bonita e deixe-a falar, as mulheres têm sempre assunto. Se vir que é coisa que não lhe interesse não a interrompa, deixe-a falar. E mantenha o copo dela sempre cheio. Se ela falar muito seca-lhe a garganta, vai precisar de beber, está a ver onde é que eu quero chegar? Um copito sempre serve de desinibidor. Pelo sim, vá pensando num plano B para o caso de ela se tornar insuportável, um conselho de ministro urgente, por causa daquilo dos Papers, de certeza que vai pegar.
    Mas o truque, dizia, é deixá-la falar. Se entretanto ela perceber que o ministro não está a ouvir nada do que ela está a dizer não tente disfarçar, diga-lhe que sim, que não estava a ouvir, que se perdeu nos olhos dela, ou no recorte dos lábios, sei lá na curva perfeita da clavícula, ela vai adorar. E sirva-lhe mais vinho, entretanto há-de vir o peixe ao pão (que é bom, ajuda a ensopar o vinho, que uma mulher perdida de bêbeda não tem serventia nenhuma).

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    1. Ok, Mirone. Valeu! Vou então para dentro, wish me luck!

      (estou tão nervoso, caraças!)

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    2. Parece impossível Mirone!!! Até me engasguei. Sabe aquele curso que Mais Picante deu a conhecer? Não sei se não precisa de o frequentar.

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    3. Acha, Outro Ente?
      Mas não é comigo que o Ministro vai facturar. Pergunte antes à senhora que ele levou a jantar.

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    4. Na verdade penso que a ideia de embebedar qb a senhora e de a enganar com o osso da clavícula é... enfim, deixe lá. Acho que me vou pôr a caminho.

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    5. Leve um pastelinho de bacalhau para o caminho. Aquela ventania lá fora está um pouco agreste.

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  5. Descanse Ministro. Ninguém lhe vai medir nada.

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